Mensagem do CE da Região Madeira sobre os sinais da Memória e da Missão
Discernir os sinais da Memória e da Missão *
O começo de um novo ano é sempre uma porta que se abre para novos desafios, horizontes mais largos, no ser peregrino da família dos filhos de Deus e, concretamente, das ENS.
Na comunhão com a Igreja, o novo ano é marcado pela realização, em outubro (5 a 19), da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sob o tema “Os desafios pastorais da Família no contexto da Evangelização”. Este acontecimento deverá despertar em nós muita oração e atenção às decisões e propostas concretas que nascerão para a Igreja, para a realidade da Família e paralelamente para as ENS.
Outro acontecimento que deve merecer muita atenção e oração da nossa parte é o Ano dedicado à Vida Consagrada, promulgado pelo Papa Francisco, que terá início no dia 21 de Novembro de 2014, no contexto dos 50 anos da promulgação do Decreto do Concílio Vat. II Perfectae caritatis (A renovação da Vida Consagrada) e terminará a 21 de novembro de 2015.
A nossa caminhada em Movimento e em Equipa será sob o farol “Discernir os sinais dos tempos”. Esta é uma atitude profética que todos temos a obrigação de assumir para intuir os caminhos da missão em cada tempo e circunstâncias concretas. O tema da Carta lembra a atitude dos profetas no A. T. que estavam à espreita, para perceber nos acontecimentos do mundo o modo e a circunstância da sua missão. Só da fé, do amor salvífico de Deus, da comunhão, é que pode brotar esta “intuição”, o “perscrutar” os sinais, que indicarão portas abertas, para anunciar ao mundo os valores da família e do matrimónio cristão sob o olhar de Deus que é Pai e caminha connosco lado a lado.
Estamos no crepúsculo das celebrações dos 50 anos das ENS na Madeira sob o tema “Memória e Missão”. O tema de estudo proposto para este ano torna-se sugestivo para as ENS na Região Madeira na medida em que ajudará a perscrutar os sinais da Memória e os da Missão nas e para as ENS. Somos um Movimento com história e na história da Igreja particular do Funchal, das paróquias, de muitas famílias e na vida de muitos homens e mulheres. Este manancial de vida coloca-nos em atitude de acção de graças por tudo quanto o Senhor tem operado, por intermédio de Maria, nossa padroeira, e desafia-nos a sermos sinais de esperança para a nossa geração.
A actual geração está a torna-se incrédula. É uma geração que não se coloca contra Deus ou contra a Igreja, mas é uma geração que está a aprender a viver sem Deus e sem a Igreja. Os homens e mulheres não se deixam atrair pela alegria e beleza do Evangelho de Jesus, apesar de este ser apresentado de milhentas maneiras. A cadeia da transmissão intergeracional da fé quebrou-se. A gramática cristã deixou de fazer parte da iniciação humana. As questões da fé são uma linguagem estrangeira, nomeadamente para as gerações mais novas. Pois, é grande a falta de evangelização primária no seio das famílias. Há transformações, mudanças na família, na escola, na cultura ocidental. Exigindo também da Igreja mudanças profundas, em atitude profética, no olhar e viver o nosso tempo.
Perante estes cenários, os casais cristãos são desafiados a abrir portas para encetar caminhos de conversão, para serem fermento na massa, faróis do amor duradouro do matrimónio cristão e da família “igreja doméstica”. Seguindo o pensamento do Pe. Caffarel “se as ENS não forem um viveiro de homens e mulheres prontos para assumir, corajosamente, todas as suas responsabilidades na Igreja e na cidade, perdem a sua razão de ser”.
Sendo os casais cristãos da nossa terra, sinais de esperança, onde se semeia a fé, a alimentam pela prática dos sacramentos, nomeadamente pela Eucaristia e como diz São Paulo a Timóteo “lembro-me da fé sincera que há em ti, a mesma que havia antes na tua avó Lóide, depois na tua mãe Eunice e que agora há em ti” (2Tm 1,5), desafio as ENS, e por sua vez as suas famílias, a fazerem uma caminhada de oração e perscrutação no espírito do Ano da Vida Consagrada, como serviço eclesial de primeira importância, quer para a Igreja, quer para o Movimento das ENS. O futuro das ENS depende da existência de ‘matéria-prima’. Onde encontramos essa ‘matéria prima’? Como estamos a preparar o surgimento dessa matéria-prima? É uma responsabilidade e missão dos casais comprometidos nos caminhos da fé! E essa responsabilidade passa por uma pastoral vocacional dentro da família.
Por isso, proponho que em cada reunião de equipa, no tempo do Pôr em Comum, com a ajuda do CE, se reflicta sobre um documento do Magistério da Igreja que aborde a Família e ou a Vocação.
Pe. Manuel Ramos, CE
Documentos sobre: Família e Vocações
Entre muitos sugerimos os seguintes:
- Decreto Perfectae Caritatis, Concílio Vaticano II.
Constituição Pastoral Gaudium et Spes, Concílio Vaticano II
A alegria do Evangelho, Exortação Apostólica, Papa Francisco, 2014.
Luz da Fé, Carta Encíclica, Papa Francisco, 2013.
Como eu vos fiz, fazei vós também, Carta Pastoral, Conferência Episcopal Portuguesa, 2010.
Sacramento da Caridade, Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Bento XVI, 2007.
Salvos na Esperança, Carta Encíclica, Bento XVI, 2007.
A Família, Esperança da Igreja e do Mundo, Carta Pastoral, Conferência Episcopal Portuguesa, 2004.
Família, Matrimónio e “Uniões de Facto”, Documento Conselho Pontifício para a Família, 2001.
Carta do Papa às Famílias, João Paulo II, 1994.
Pastores Dabo Vobis, Exortação Apostólica Pós-Sinodal, João Paulo II, 1992.
Cristifideles Laici, Exortação Pós-Sinodal, João Paulo II, 1989.
Familiaris Consortio, Exortação Pós-Sinodal, João Paulo II, 1981.
Evangelii Nuntiandi, Exortação Apostólica, Paulo VI, 1975.Decreto Perfectae Caritatis, Concílio Vaticano II. - Constituição Pastoral Gaudium et Spes, Concílio Vaticano II
- A alegria do Evangelho, Exortação Apostólica, Papa Francisco, 2014.
- Luz da Fé, Carta Encíclica, Papa Francisco, 2013.
- Como eu vos fiz, fazei vós também, Carta Pastoral, Conferência Episcopal Portuguesa, 2010.
- Sacramento da Caridade, Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Bento XVI, 2007.
- Salvos na Esperança, Carta Encíclica, Bento XVI, 2007.
- A Família, Esperança da Igreja e do Mundo, Carta Pastoral, Conferência Episcopal Portuguesa, 2004.
- Família, Matrimónio e “Uniões de Facto”, Documento Conselho Pontifício para a Família, 2001.
- Carta do Papa às Famílias, João Paulo II, 1994.
- Pastores Dabo Vobis, Exortação Apostólica Pós-Sinodal, João Paulo II, 1992.
- Cristifideles Laici, Exortação Pós-Sinodal, João Paulo II, 1989.
- Familiaris Consortio, Exortação Pós-Sinodal, João Paulo II, 1981.
- Evangelii Nuntiandi, Exortação Apostólica, Paulo VI, 1975.
* Uma parte deste artigo foi publicada na Carta das ENS nº 55, de novembro de 2014.