Aniversário das ENS em Aveiro
Equipistas de Aveiro estão de Parabéns!
Hoje, nós equipistas de Aveiro, comemoramos o 62º aniversário da presença das Equipas de Nossa Senhora na diocese.
Devido às restrições sobejamente conhecidas, não houve possibilidade de realizar qualquer tipo de festejo presencial, no entanto, foi possível unirmo-nos através da Eucaristia paroquial de Angeja, transmitida via Facebook, celebrada também com esta intenção adicional, uma vez que o Padre Querubim, pároco de Angeja, é também o Conselheiro Espiritual da equipa do setor Aveiro B.
Também em homenagem a este dia e para criar laços com todos, um casal equipista partilhou as imagens acima da confeção de Bolachas de Gengibre e Canela, fruto do resultado de uma receita partilhada no último boletim “Criar Laços”, já publicado nesta página da Supra-Região.
Partilhamos, virtualmente, com cada equipista, estas bolachinhas de gengibre, que devem estar deliciosas!
Que Deus continue a abençoar este movimento, que, por inspiração divina, o Pe. Henri Caffarel fez chegar a todos nós!
Diocese de Aveiro
O Padre João Paulo da Graça Ramos, em 1959, depois de descobrir os valores que os casais podiam colher ao pertencer às Equipas de Nossa Senhora e por reconhecer que estas terras de Aveiro, cheias de encanto e sabor, de sol e de sal, que ele tanto amava, terra de Mar e Ria, de Moliceiros e Marinhas, disse: «É chegada a hora de servir este Movimento da Igreja e da Família, na Diocese de Aveiro». Era então Bispo da Diocese, D. Domingos da Apresentação Fernandes.
Ao Movimento das ENS dedicou toda a sua vida, servindo em vários campos do ministério da Igreja, com paixão e entusiasmo. Foi lutador exigente, por vezes polémico, defendendo com alma os ideais em que acreditava e pelos quais pugnava. Padre de “coluna vertebral direita”, não se deixava vergar nem vencer pelas “correntes, ventos e marés”. Padre alegre, bem-humorado, inteligente, eloquente, de fé e oração, de uma vida espiritual intensa.
O Movimento em Aveiro ao celebrar neste ano de 2021 o 62º aniversário, falará sempre do Padre João Paulo Ramos e, com ele já na casa do Pai, quer lembrar os 150 casais que actualmente constituem os três sectores, Aveiro A, Aveiro B e Águeda. Há «caminhos não andados que esperam por alguém», caminhos em que o saudoso Padre João Paulo foi “pioneiro” não se poupando a sacrifícios, ultrapassando sempre todas as dificuldades, e foram muitas, e até incompreensões.
Lutou muito para que a Espiritualidade Conjugal e Familiar fosse o caminho de santificação e felicidade para tantos casais. Todas as equipas actuais devem-lhe muito. O Movimento sempre tem dado resposta aos nossos projectos de casal, à procura da espiritualidade do “ser casado”, fortalecendo e santificando o nosso amor conjugal na vivência do Sacramento do Matrimónio.
O Papa Francisco, sem rodeios, questiona-nos e aponta o caminho: «Queremos uma Igreja profética? Muito bem! E que fazes para que a Igreja seja profética? Servem vidas que manifestam o milagre do amor de Deus. Não potência, mas coerência; não palavras, mas oração; não proclamações, mas serviço” (Solenidade de S. Pedro e S. Paulo, 29/6/2020).
Quisemos deixar neste dia de aniversário, algumas palavras/testemunhos de equipistas que sendo dos primeiros, ainda estão connosco e quiseram partilhar alguns ensinamentos que colheram do Padre João Paulo e deixam-nos a herança de dar continuidade e voz à fecunda história desse grupo inicial: «A Equipa Aveiro 1 arrancara em 1959 com o seu Conselheiro espiritual, Pe. João Paulo Graça Ramos, que fizera formação no Porto, e alguns casais: Casimiro, Cunha Dias, Magalhães, Marnoto, Neto, Raminhos, Soares Vieira. Desde sempre foi uma equipa aberta à mudança: estando o casal Raminhos de saída, como casal chegado de fresco vindo da Figueira 1, entramos (Casal Lança Pereira) para substituir o casal que agora partia».
Diz-nos ainda a D.ª Edite Lança Pereira que o Conselheiro «era muito rigoroso quanto à questão da abertura a outros casais. Segundo ele, a saída de algum casal tinha de implicar a entrada de outro e a equipa tinha de ter a capacidade de acolher casais que porventura andassem soltos de outras equipas entretanto desfeitas ou rarefeitas». «Era-o também relativamente à simplicidade nas refeições. Na altura, o Movimento tinha fama de ser elitista, só para “ricos” ou “doutores e engenheiros”, porventura por as brochuras iniciais não serem traduzidas e, portanto, as pessoas envolvidas terem que saber um pouco de francês. No entanto, posso afirmar que aqui em Aveiro tudo se fez e continua a fazer para contrariar essa ideia…Não se convidavam os casais por terem estatuto, mas sim por serem boas pessoas, cristãos praticantes, empenhados na construção de um mundo melhor». «O Pe. João Paulo insistia que ninguém se devia sentir inibido de ir às nossas casas ou de receber nas suas por qualquer excesso ou luxo alimentar. Na realidade, as refeições eram muitas vezes à base de frango». «A reunião tinha de começar e terminar a horas, pelo que não havia comemorações extra; se quiséssemos fazer alguma saúde, por motivo de aniversário ou outro, tal só era “permitido” no final da reunião, para quem quisesse e pudesse ficar. A primazia era dada ao diálogo em casal e à absoluta confiança uns nos outros. Abríamo-nos em assuntos por vezes delicados e tentávamos ajudar-nos à luz dos valores cristãos».
Acrescenta a Dª. Edite Lança Pereira: «Eu acho que no tempo em que estamos, que também é de guerra, não de armas, mas com a natureza que nos ataca, as Equipas devem-se revigorar e multiplicar: os PCEs, nomeadamente o Dever de Se Sentar, ajudam o casal a enfrentar as vicissitudes e a manter-se unido perante elas», e propõe: «1. A organização de uma sessão em que também participe a Silvina Neto que, essa sim, participou aqui em Aveiro desde 1959, o casal Araújo (Idalina e Manuel) e mais um ou outro casal dos primórdios para analisar crescimento das ENS desde 1959 até hoje. (Reconhecemos que nestes tempos as deslocações não estão facilitadas e as novas tecnologias não são para todos) 2. – A criação do “Museu das ENS de Aveiro”. Podia ocupar um qualquer cantinho numa sala do Seminário ou de outro local adequado…» e continua: « Tenho tantos objectos, tantas recordações, poderia doar, ninguém cá em casa vai ligar nenhuma quando eu partir, podia ser interessante como legado material de tudo o que vivemos»
Casal Filomena e Manuel Silva (Casal Responsável do Sector Aveiro A do triénio 2018/21)