Encontro e Partilha Palência – Espanha

No passado dia 3 de Maio de 2008, o nosso Sector teve a oportunidade de partilhar a tarde de um belo dia de Sábado, com equipistas da zona noroeste de Espanha. Vieram casais de Palencia, Salamanca e Valladolid para conhecer algumas cidades do Norte de Portugal. Ficaram alojados no Seminário do Verbo Divino, em Azurém, Guimarães e visitaram as cidades de Viana, Braga, Barcelos, Guimarães e Chaves.
A ida dos equipistas de Guimarães a Palência foi a retribuição desta visita.

 

Há muito solicitada pelos casais desta província e impulsionada pelo Senhor Pe. Joaquim Domingos Luís do Verbo Divino de Guimarães, e pelo CR do Sector de Guimarães, Maria José e Francisco Ferreira, a nossa visita realizou-se nos dias 24 e 25 de Outubro de 2009.

 

O Senhor Pe. Joaquim já trabalhou em Palência e, actualmente, além do seu trabalho pastoral na Casa do Verbo Divino de Guimarães e numa paróquia do concelho, é também CE de uma equipa do nosso sector.

 

Saímos bem cedo de Guimarães, pelas 6 da manhã.

 

Por volta das nove e meia tínhamos o primeiro momento de descontracção, convívio e aconchego do estômago com o pequeno-almoço, já bem entrados em terras de Espanha. Completada a hora de descanso do motorista fizemo-nos de novo à estrada para fazer os mais de 400 km que separam Guimarães de Palência. A primeira visita efectuada foi à famosa Lagoa de Sanábria. Continuámos a viagem em direcção à Casa de Espiritualidade das Irmãs Filipinas, em Carrion de Los Condes, município da província de Palência, comunidade autónoma de Castela e Leão, onde nos ia ser servido o almoço.

 

À chegada tínhamos a receber-nos alguns casais das ENS de Palência que nos instalaram e nos acompanharam no almoço.

 

Depois partimos para conhecer a região rica em monumentos em que o românico pontifica.

 

Esta zona é atravessada pelo Caminho de Santiago, quer dizer, os peregrinos de França e do resto da Europa que demandavam Santiago de Compostela atravessavam estas terras e necessitavam de apoio e de hospedagem. Por isso se construíram muitas igrejas, albergues e hospitais para lhes dar o auxílio humano e espiritual de que necessitavam.

 

Ainda na tarde desse sábado, visitámos alguns monumentos históricos: a Igreja de San Martin em Fromista, a construção românica mais bonita do caminho de Santiago francês, século XII e a tripla eclusa do Canal de Castela, a mais importante construção hidráulica do século XVIII em Espanha. Em Villalcázar de Sirga, lugar da Igreja de Santa Maria, igreja templária chamada “Capela Sistina da arte românica ogival”. Aqui é venerada a Virgem Branca que inspirou Afonso X, o sábio, em várias das suas cantigas do Século XIII, escritas em galaico-português. O caminho de Santiago leva-nos a Carrión de los Condes, cidade cheia de história e arte: Calçada romana dos primeiros séculos da nossa era, igreja paroquial e o mais belo friso românico “Pantocrátor”. Santa Maria do Caminho, românico, século XII. Na sua fachada as esculturas relatam o sucesso das 1000 donzelas. Mosteiro de S. Zoilo, luxuosa pousada, que conserva restos medievais e da renascença; fachada românica do século X, sepulcros medievais evocados nos poemas do “Mío Cid”, claustro plateresco, século XVI; fundos bibliográficos do Caminho de Santiago.

 

Ao fim da tarde, já um tanto cansados, ainda aproveitámos os minutos que nos separavam da hora de jantar para dar uma volta por Carrion e ver o exterior do Mosteiro e Museu de Santa Clara.

 

À chegada havia já um grande movimento de carros junto da Casa onde estávamos instalados. Seria que a Casa de Espiritualidade das Irmãs Filipinas era tão grande que albergaria toda aquela gente?

 

Hora de jantar. Grande movimentação também na sala de jantar. Como é que nos íamos organizar, o nosso grupo e os outros “hóspedes” que tinham chegado?

 

O Senhor Pe. Joaquim e o Pedro Pablo (ENS Palência) esclareceram e organizaram tudo: nas mesas compridas, de um lado ficariam os casais portugueses, do outro os casais de Palência que tinham vindo para confraternizar connosco.

 

Como é habitual numa casa de retiros, a comida é simples. Mas os equipistas espanhóis trouxeram muitas iguarias típicas da região para completar a refeição com aperitivos e sobremesas. Rapidamente se estabeleceu um franco agradável e familiar convívio. Esbateram-se as barreiras linguísticas e a linguagem gestual completava o que faltava à linguagem oral.

 

A refeição resultou muito agradável e prolongada. A conversa foi animada, recordaram-se os momentos passados em Guimarães e ia-se antevendo o que seria o dia seguinte em Palência e como se desenvolviam as actividades das ENS em Guimarães e em Palencia.

 

Seguiu-se uma parte de animação em que participaram equipistas do nosso grupo e equipistas espanhóis.

 

A manhã seguinte foi ocupada a visitar os principais monumentos de Palência: S. Pablo, lugar onde estudou “S. Domingo de Gusmão”, fundador dos dominicanos (primeira universidade de Espanha), Catedral de Palência, a segunda mais importante de Espanha. Terminámos na Igreja paroquial de São Miguel de Palência onde os equipistas locais costumam reunir-se para a eucaristia em que participamos também. Ela foi animada por um trio instrumental composto de “dulzaina” um instrumento de sopro próximo do oboé, e duas caixas: uma denominada “atabal” e a outra “bombo charro” por ser tradicional de Salamanca. Estes instrumentistas fazem normalmente música tradicional e pertencem ao grupo Carrion Folk. Esta animação da missa sensibilizou-nos muito pela conjugação da vertente religiosa no que ela tem de mais essencial e mais vital, a eucaristia, e a vertente musical tradicional numa aliança perfeita em que religião e vida se conjugam.

 

Depois da despedida dos equipistas ao fim da celebração, terminámos a nossa estadia em Dueñas, cidade histórica relevante no processo de unificação da Espanha. Ali se encontraram Fernando e Isabel, os reis católicos, antes de casarem. Aí viveram o seu primeiro ano de casados e aí nasceu e foi baptizada a sua primeira filha, Isabel de Portugal. Almoçámos na Casa de Espiritualidade do Verbo Divino, onde terminava um encontro missionário de Amigos do Verbo Divino.

 

Foi num momento que o espaço onde tinham decorrido as reuniões e a missa se transformou em espaço de refeição em que confraternizaram os equipistas portugueses com os Amigos do Verbo Divino vindos de toda a Espanha e em que partilhámos sobremesas e bebidas.

 

Portugueses e espanhóis gostaram deste intercâmbio e desejam que ele evolua até se tornar numa partilha de experiências mais aprofundadas entre equipistas destes dois sectores das ENS.

31 de Outubro de 2009
Maria do Rosário e Alberto

Agradecimentos ao Rev. Padre. Joaquim Domingos Luís, porque a ele se deve este Intercambio.

Equipas de Nossa Senhora